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ÁLCOOL E CIGARRO: FUJA DELES PARA EVITAR O CÂNCER DE LARINGE
Jornal O Povo OnLine-Fortaleza-CE
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Para cada mulher com câncer de laringe, estima-se que existam dez homens com o mesmo problema. As principais causas da doença estão relacionadas a hábitos como o alcoolismo e tabagismo. As previsões apontam que, tal qual o câncer de pulmão, o de laringe deve aumentar sua incidência entre as mulheres.
Ciência & Saúde
"Rouquidão que vai e vem nada tem.
Rouquidão que vem e fica algo indica"
Ditado popular
Dificuldade de engolir, falar e respirar. Sintomas que podem não significar coisa alguma, Ma, quando persistentes, podem sugerir a existência de um câncer de laringe. Uma rouquidão constante, que persiste por mais de quinze dias, por exemplo, pode ser um indício da doença.
Estima-se que para cada mulher com câncer laríngeo existem dez homens com o mesmo problema. Muito embora os fatores genéticos contribuam para provocar a doença, a grande incidência entre o sexo masculino está relacionada aos hábitos de vida. "90% dos cânceres de laringe, sem medo de errar, são causados por hábitos como beber e fumar", garante o otorrinolaringologista Francisco Monteiro de Castro, chefe do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Ceará(UFC).
No entanto, segundo o otorrino, existe uma tendência de que a doença aumente entre o sexo feminino. "Assim como o câncer de pulmão, o de laringe deve crescer entra as mulheres", reitera. A afirmativa se baseia na observação de que elas estão fumando cada vez mais. No Brasil, por exemplo, enquanto a quantidade total de fumantes diminui, aumenta o número de mulheres fumantes.
Quando a doença é descoberta num estágio avançado, o paciente geralmente é submetido a uma cirurgia para retirar toda a laringe(laringectomia total). A laringe, região onde se localizam as cordas vocais, é uma espécie de canal que interliga o nariz aos pulmões. Sem as cordas vocais, o paciente precisa reapreender a falar. "Eu voltei a ser criança". Tive de aprender a pronunciar todo o alfabeto", recorda Waldo Costa, presidente da Associação dos Laringectomizados do Ceará. Ele descobriu a doença em 96 e foi submetido a uma laringectomia total no ano seguinte.
Em estágios menos avançados, o tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia parcial. Aliada a qualquer técnica cirúrgica, os tratamentos radio e quimioterápicos pode ser indicados. Em qualquer tipo de operação, é necessária a participação de um fonoaudiólogo no pós-operatório. A fonoaudióloga Roxane Alencar Irineu, especialista em distúrbios da comunicação humana, diz que o trabalho de recuperação da voz depende do tipo de cirurgia.
Existe a cordectomia, retirada de apenas uma corda vocal; a hemilaringectomia que retira metade da laringe; e supraglótico, retirada das estruturas em cima de uma corda vocal, entre outras. Nestes casos, o indivíduo continua utilizando a voz laríngea, embora fraca. Com o tratamento, a voz é aperfeiçoada. Já a laringectomia total causa uma modificação geral na produção do som.
Roxane afirma que para a mulher é mais difícil superar o trauma, principalmente tentar falar com a voz esofágica. O som produzido geralmente é grave e soa desagradável, o que inibe a mulher de usar esta voz. Nestes casos, o trabalho fonoterápico pode ser auxiliado por uma psicoterapia, em que o psicólogo vai ajudar o paciente a perceber que a única forma de voltar a se comunicar normalmente é através da voz esofágica ou mecânica (através de uma laringe artificial, que produz um som metálico).
Artigo publicado no Jornal O Povo OnLine-O jornal do Ceará-Fortaleza-CE
sexta-feira, 10 de abril de 2009
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