quinta-feira, 14 de maio de 2009

CAUSAS DO CANCRO DA LARINGE

Cancro da laringe
Causas
A origem do cancro da laringe, como acontece com todos os cancros, ainda não é suficientemente clara. Todavia, ao contrário do que sucede nos outros tipos de cancro, no da laringe são conhecidos alguns factores intimamente ligados ao seu desenvolvimento, os quais podem ser considerados factores causadores. O principal é, sem dúvida, o hábito de fumar, pois o fumo do tabaco contém substâncias cancerígenas cuja repetida inalação pode provocar a transformação anómala de algumas células da mucosa laríngea. Deste modo, começam a multiplicar-se exageradamente, o que dá origem a um tumor que cresce, invade as estruturas adjacentes e se dissemina para outros tecidos e órgãos afastados, formando tumores secundários (metástases). De facto, a relação entre o tabagismo e o cancro da laringe é tão íntima que, tal como é evidenciado em inúmeros estudos, no mínimo 90% das pessoas afectadas são fumadoras. Além disso, nos vários estudos efectuados sobre o assunto, detectou-se uma relação directa entre o número de cigarros fumados habitualmente por dia e o risco de sofrer da doença.
Além do tabagismo, determinaram-se outros factores de risco, como o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e também a laringite crónica, provocada por infecções agudas repetidas, má utilização da voz ou inalação persistente de ar contaminado por pó ou vapores irritantes.
Manifestações
Os sintomas iniciais dependem do sector da laringe onde o tumor se desenvolve.
O tumor na glote costuma manifestar-se através de sintomas precoces, pois a alteração na mobilidade das cordas vocais provoca rouquidão e afonia, inicialmente de maneira intermitente, mas ao fim de algum tempo permanente. Além disso, em alguns casos, provoca uma tosse seca, ardor ou sensação de corpo estranho na garganta e, quando o tumor cresce, dificuldade respiratória e dor na deglutição.
Por outro lado, caso o tumor se situe no espaço supraglótico ou no subglótico, ou seja, por cima ou por baixo das cordas vocais, os sintomas iniciais não são tão claros, pois não se produzem alterações evidentes da voz. Em caso de cancro supraglótico, as primeiras manifestações são semeIhantes as de uma faringite crónica, com sensação de ardor na garganta ou de presença de um corpo estranho no seu interior, o que pode induzir a expectoração - apenas quando o tumor cresce é que surgem dores e alterações da voz. Em caso de cancro subglótico, o tumor pode crescer durante muito tempo sem originar problemas na fonação nem na respiração, os quais apenas surgem nas fases mais avançadas, quando invade as cordas vocais e obstrui a passagem do ar para os pulmões.
Caso não seja detectado e tratado a tempo, o cancro da laringe, independentemente da sua localização, costuma disseminar-se por via linfática para os gânglios do pescoço, os quais acabam por aumentar de tamanho. Em algumas situações, é o próprio paciente que recorre ao médico após detectar um aumento do volume dos gânglios linfáticos do pescoço, mesmo antes de se manifestarem os sintomas da fonação.
Nas fases mais avançadas, o paciente apresenta um grande cansaço, perda de apetite, emagrecimento e uma deterioração evidente do estado geral. Sem o tratamento adequado, a evolução desta patologia é fatal a curto ou médio prazo, sem quaisquer excepções Tratamento
O tratamento baseia-se em três medidas terapêuticas: a cirurgia, a radioterapia (aplicação de radiações) e a quimioterapia (administração de medicamentos citostáticos que impedem a proliferação das células cancerosas). A escolha ou combinação destes procedimentos terapêuticos depende, acima de tudo, da localização e extensão do tumor.
Em alguns casos, se o tumor for pequeno e estiver bem localizado, pode ser suficiente a aplicação de radioterapia. De qualquer forma, o recurso a cirurgia é muito frequente, com vista a extracção do cancro e de uma porção mais ou menos extensa da laringe. Como complemento pode-se recorrer a radioterapia e a quimioterapia, terapêuticas que podem ser aplicadas antes da operação com o objectivo de reduzir o tamanho do tumor e facilitar a intervenção, e depois da mesma, de forma a eliminar as células malignas que ainda permanecem na zona ou ainda estejam espalhadas por outras zonas do corpo.
Repercussões da cirurgia. Caso o tumor se situe no espaço supraglótico, pode-se proceder apenas a extracção da parte superior da laringe (laringectomia parcial), o que permite a conservação da voz do paciente. Por outro lado, quando se trata de um tumor na glote, nomeadamente numa corda vocal - a localização mais frequente -, a intervenção pode limitar-se a extracção da mesma (cordectomia), o que per-mite a conservação da voz, embora provoque uma alteração definitiva da fonação. No entanto, caso o tumor já seja muito grande, a única solução é realizar a total extracção da laringe (laringectomia total).
INFORMAÇÕES ADICIONAIS Prognóstico [+] O prognóstico do cancro da laringe depende essencialmente da fase em que é diagnosticado e em que é iniciado o tratamento.
Normalmente, costuma ser favorável, pois existe uma percentagem de sobrevivência de 65% ao fim de cinco anos. No entanto, quando o tumor é detectado e tratado precocemente, considera-se que a taxa de cura atinge os 90%. O medico responde [+] Diagnosticaram ao meu pai um cancro da laringe e o médico diz que a única hipótese é a extracção de toda a laringe. Isto significa que deixará de poder falar?
A extracção da laringe implica a perda do aparelho de fonação, pois o ar entra e sai do aparelho respiratório através de uma abertura na traqueia, deixando de passar entre as cordas vocais. Todavia, após a operação, o seu pai poderá aprender a falar mediante a utilização de técnicas especiais ou através do recurso a dispositivos específicos. Por exemplo, pode recorrer a "erigmofonia", uma técnica que consiste na introdução de ar no estômago, para depois expulsá-lo pela boca, como se fosse uma eructação, para que os sons possam ser modulados com a língua, os lábios e os dentes. Trata-se de uma aprendizagem lenta e laboriosa, sob a supervisão de um terapeuta da fala, e a voz obtida é diferente da natural, sendo considerada pouco comum, mas possibilita uma comunicação satisfatória. Também existem aparelhos electrónicos que, apoiados ao pescoço, produzem uma série de vibrações úteis na articulação de sons. Deve-se ter em conta que os problemas provocados pela perda da laringe podem ser considerados como um mal "menor", ou seja, como problemas de um tratamento que constitui a única forma de salvar a vida.

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