segunda-feira, 15 de março de 2010

HENRIQUE MEDINA CARREIRA - Num entrevista à SIC Not , para ler e reler ...






JOSÉ SÓCRATES É UM HOMEM DE CIRCO
A economia vai derrotar a democracia de 1976. José Sócrates, é um homem de circo, de espectáculo. Portugal está a ser gerido por medíocres, Guterres, Barroso, Santana Lopes e este, José Sócrates, não perceberam o essencial do problema do país. O desemprego não é um problema, é uma consequência de alguma coisa que não está bem na economia. Já estou enjoado de medidinhas. Já nem sei o que é que isso custa, nem sequer sei se estão a ser aplicadas. A população não vai aguentar daqui a dez anos um Estado social como aquele em que nós estamos a viver. Este que está lá agora, o José Sócrates, é um homem de espectáculo, é um homem de circo. Desde a primeira hora. É gente de circo. E prezam o espectáculo porque querem enganar a sociedade. Vocês, comunicação social, o que dão é esta conversa de «inflação menos 1 ponto», o «crescimento 0,1 em vez de 0,6». Se as pessoas soubessem o que é 0,1 de crescimento, que é um café por português de 3 em 3 dias... Portanto andamos a discutir um café de 3 em 3 dias... mas é sem açúcar. Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular. Eu não quero é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem quero ser «popularuxo» porque não dependo do aparelho político!" Ainda há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar «6x3=18», contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7... Isto não é ensino... é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa! Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não goste. Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1%... esta economia não resiste num país europeu. Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode esperar coisa nenhuma. A causa pública exige entrega e desinteresse. Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis? P'rá gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos? Acha que sim? A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela? Quer dizer, isto está tudo louco?" Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da Justiça. É uma desconfiança que eu tenho. E então, quanto mais complicado aquilo for... Nós tivemos nos últimos 10-12 anos 4 Primeiros-Ministros: - Um desapareceu; - O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora; - O outro foi mandado embora pelo Presidente da República; - E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim" O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal. Tentou. Foi "exilado" para Londres. O Carrilho também falava um bocado, foi para Paris. O Alegre depois não sei para onde ele irá... Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio dourado", ou então é entupido e cercado. Mas você acredita nesse «considerado bem»? Então, o meu amigo encomenda aí uma ponte que é orçamentada para 100 e depois custa 400? Não há uma obra que não custe 3 ou 4 vezes mais? Não acha que isto é um saque dos dinheiros públicos? E não vejo intervenção da polícia... Há-de acreditar que há muita gente que fica com a grande parte da diferença! De acordo com as circunstâncias previstas, nós por volta de 2020 somos o país mais pobre da União Europeia. É claro que vamos ter o nome de Lisboa na estratégia, e vamos ter, eventualmente, o nome de Lisboa no tratado. É, mas não passa disso. É só para entreter a gente. Isto é um circo. É uma palhaçada. Nas eleições, uns não sabem o que estão a prometer, e outros são declaradamente uns mentirosos: - Prometem aquilo que sabem que não podem." A educação em Portugal é um crime de «lesa-juventude»: Com a fantasia do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não quer estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar. Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar? Claro que o pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida aqueles que querem estudar. Mas é inclusiva... O que é inclusiva? É para formar tontos? Analfabetos?" "Os exames são uma vergonha. Você acredita que num ano a média de Matemática é 10, e no outro ano é 14? Acha que o pessoal melhorou desta maneira? Por conseguinte a única coisa que posso dizer é que é mentira, é um roubo ao ensino e aos professores! Está-se a levar a juventude para um beco sem saída. Esta juventude vai ser completamente desgraçada! A minha opinião desde há muito tempo é: TGV- Não! Para um país com este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema. Ainda mais agora com o problema do petróleo. Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não? Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos encalacrados no estrangeiro? Eu nem comento essa afirmação que é para não ir mais longe... Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada. Quem tem interesse que se façam estas obras é o Governo Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de maquinaria... Esses é que têm interesse, não é o Português! Nós em Portugal sabemos resolver o problema dos outros: A guerra do Iraque, do Afeganistão, se o Presidente havia de ter sido o Bush, mas não sabemos resolver os nossos. As nossas grandes personalidades em Portugal falam de tudo no estrangeiro: criticam, promovem, conferenciam, discutem, mas se lhes perguntar o que é que se devia fazer em Portugal nenhum sabe. Somos um país de papagaios... Receber os prisioneiros de Guantanamo? Isso fica bem e a alimentação não deve ser cara...» Saibamos olhar para os nossos problemas e resolvê-los e deixemos lá os outros... Isso é um sintoma de inferioridade que a gente tem, estar sempre a olhar para os outros. Olhemos para nós! A crise internacional é realmente um problema grave, para 1-2 anos. Quando passar lá fora, a crise passará cá. Mas quando essa crise passar cá, nós ficamos outra vez com os nossos problemas, com a nossa crise. Portanto é importante não embebedar o pessoal com a ideia de que isto é a maldita crise. Não é! Nós estamos com um endividamento diário nos últimos 3 anos correspondente a 48 milhões de euros por dia: Por hora são 2 milhões! Portanto, quando acabarmos este programa Portugal deve mais 2 milhões! Quem é que vai pagar? Isso era o que deveríamos ter em grande quantidade. Era vender sapatos. Mas nós não estamos a falar de vender sapatos. Nós estamos a falar de pedir dinheiro emprestado lá fora, pô-lo a circular, o pessoal come e bebe, e depois ele sai logo a seguir..." Ouça, eu não ligo importância a esses documentos aprovados na Assembleia... Não me fale da Assembleia, isso é uma provocação... Poupe-me a esse espectáculo...." Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum. Eu já disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada"» Porque sem pôr disciplina na escola, não lhe interessa os professores. Quer grandes professores? Eu também, agora, para quê? Chegam lá os meninos fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem a carteira e não acontece coisa nenhuma. Vale a pena ter lá o grande professor? Ele não está para aturar aquilo...Portanto tem que haver uma agenda para a Educação. Eu sou contra a autonomia das escolas Isso é descentralizar a «bandalheira». Há dias circulava na Internet uma notícia sobre um atleta olímpico que andou numa "nova oportunidade" uns meses, fez o 12ºano e agora vai seguir Medicina... Quer dizer, o homem andava aí distraído, disseram «meta-se nas novas oportunidades» e agora entra em Medicina... Bem, quando ele acabar o curso já eu não devo cá andar felizmente, mas quem vai apanhar esse atleta olímpico com este tipo de preparação... Quer dizer, isto é tudo uma trafulhice..." É preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país está a levar. Um país que empobrece, que se torna cada vez mais desigual, em que as desigualdades não têm fundamento, a maior parte delas são desigualdades ilegítimas para não dizer mais, numa sociedade onde uns empobrecem sem justificação e outros se tornam multi-milionários sem justificação, é um caldo de cultura que pode acabar muito mal. Eu receio mesmo que acabe. Até há cerca de um ano eu pensava que íamos ficar irremediavelmente mais pobres, mas aqui quentinhos, pacíficos, amiguinhos, a passar a mão uns pelos outros... Começo a pensar que vamos empobrecer, mas com barulho... Hoje, acrescento-lhe só o «muito». Digo-lhe que a gente vai empobrecer, provavelmente com muito barulho... Eu achava que não havia «barulho», depois achava que ia haver «barulho», e agora acho que vai haver «muito barulho». Os portugueses que interpretem o que quiserem... Quando sobe a linha de desenvolvimento da União Europeia sobe a linha de Portugal. Por conseguinte quando os Governos dizem que estão a fazer coisas e que a economia está a responder, é mentira! Portanto, nós na conjuntura de médio prazo e curto prazo não fazemos coisa nenhuma. Os governos não fazem nada que seja útil ou que seja excessivamente útil. É só conversa e portanto, não acreditem... No longo prazo, também não fizemos nada para o resolver e esta é que é a angústia da economia portuguesa. "Tudo se resume a sacar dinheiro de qualquer sítio. Esta interpenetração do político com o económico, das empresas que vão buscar os políticos, dos políticos que vão buscar as empresas...Isto não é um problema de regras, é um problema das pessoas em si...Porque é que se vai buscar políticos para as empresas? É o sistema, é a (des)educação que a gente tem para a vida política... Um político é um político e um empresário é um empresário. Não deve haver confusões entre uma coisa e outra. Cada um no seu sítio. Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá, volta-se para ministro... é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à sociedade. Este país não vai de habilidades nem de espectáculos. Este país vai de seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir computadores, eles não são ministros. São propagandistas! Eles não são pagos nem escolhidos para isso! Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes problemas do país! Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista»... Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito... Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir, porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir. O Português está farto de ser enganado! Todos os dias tem a sensação que é enganado!
Será que este homem está doido ?
Há muito tempo que ele anda a dizer isto e não há político que lhe dê atenção.
Porque será ?

4 comentários:

  1. O povo está farto, mas mantém-se quieto.
    Isto um dia vai ter de rebentar. Com tanta coisa contida, nem quero pensar no que poderá acontecer.
    Era preciso que alguém fizesse alguma coisa, já.
    Cumprimentos.

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  2. Lendo essa extensa entrevista, percebi como há similaridade com a situação brasileira.

    Nós temos uma pessoa que é popular por apresentar-se como um palhaço em um circo qualquer, de quinta categoria.

    Está sempre alcoolizado. Viaja por todos os cantos do mundo, perdoando as dívidas de diversos países, a maioria sendo governados por ditadores.

    Não são dívidas pessoais do Sr. Lula; a maioria é de empresas brasileiras, que agora ficam com todo esse prejuízo, apenas para esse indivíduo ficar “mais famoso”.

    Ele não fala em nome do povo brasileiro, que vive sempre anestesiado e passivo por causa do carnaval, futebol, pelo medo dos traficantes e pela corrupção desenfreada que tomou conta do Brasil.

    E a parcela mais pobre não precisa se preocupar, pois ganha esmolas que lhes permite viver sem precisar trabalhar. Nós pagamos tudo isso com nossos impostos, que já passam de um trilhão de reais por ano.

    Analisando algumas expressões no conteúdo acima, percebo que há uma articulação a nível global, isso está muito claro. Principalmente quando fala da reação de suas crianças em sala de aula, do desrespeito aos professores. Aqui é muito pior.

    Nesse texto eu não percebi nenhuma menção à proliferação das drogas. Aqui no solo verde amarelo há um domínio quase total. A juventude está quase toda aniquilada ou em vias de que isso ocorra.

    As famílias vão sendo desagregadas dia após dia.
    O que estaria acontecendo, afinal?

    É claro que eu não sou nenhum estudioso, mas eu ainda consigo pensar por mesmo e analiso as informações que estão disponíveis.

    Vou me permitir indicar postagens em meu blog:
    http://zerguipfleger.blogspot.com/2010/04/o-decalogo-de-lenin-e-realidade.html
    http://zerguipfleger.blogspot.com/2010/06/possivel-atrocidade-sexual-em-santa.html
    http://zerguipfleger.blogspot.com/2010/04/criminalidade-assustadora.html
    http://zerguipfleger.blogspot.com/2010/06/dilma-e-seus-ferrenhos-defensores.html
    http://zerguipfleger.blogspot.com/2010/04/prefeito-pratica-bullying-em-vereador.html
    http://zerguipfleger.blogspot.com/2010/04/o-avanco-do-crack.html
    http://zerguipfleger.blogspot.com/2010/04/os-medicos-tambem-reagem.html
    http://zerguipfleger.blogspot.com/2010/04/justica-brasileira.html

    São algumas, os assuntos não se esgotam aí. Acho que é o mal em sua essência que está dominando várias nações.

    A impressão é que uma grande força, traiçoeira, sorrateira, que se infiltra em todas as instâncias, está em vias de dominar o Ocidente.
    É só uma questão de tempo.

    É só ver a que ponto chegou a Venezuela, a Bolívia, o Equador, o Paraguai, o próprio Brasil, onde traficantes incendeiam ônibus, com pessoas em seu interior, que morrem carbonizadas, para que a população saiba que os que mandam são os chefões do crime organizado.

    E esses estão a serviço de quem?

    As respostas estão nas postagens acima e em outras do blog.

    É estarrecedor.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. A corrupção, como chaga que assola o país, é um legado da nossa entrada na UE e CEE. Apesar dos muitos bons frutos que colhemos, os biliões de subsídios que choveram durante as últimas décadas permitiram crescer exponencialmente as luvas e a criação de inúmeros pseudo departamentos e ministérios para colocar os afilhados e membros dos partidos políticos com ordenados chorudos. Junta-se a isso os milhares de pseudo pareceres milionários pagos a peso de ouro pelo estado e o facto de a maior parte do governo e do estado ser constituído por pessoas que fizeram da política a sua vida.Podemos ainda considerar a falta de independência das autarquias em relação ao estado. Recordo que no ano passado a R.Checa optou por receber menos subsídios Europeus pois quando são em excesso só fomentam corrupção e as auto-estradas e outras obras públicas excessivas e não vitais como temos por cá. A juntar a isto temos a marginalização e perseguição dos reais valores do país e de quando alguém luta contra o "sistema", a mentira fácil como se vê na assembleia e de um modo gritante como em relação às questões financeiras, uma justiça doente e cega, um código penal trágico que protege políticos e governantes e os mais vulgos criminosos e um ensino que está transformado numa farsa autêntica subjugado ao facilitismo e à obtenção de pseudo estatísticas de abandono escolar e formação. Para piorar, os media não sabem, não querem e não lhes interessa (pelos valores e interesses dos seus donos) transmitir o real estado do país e as consequências trágicas do nosso presente para o nosso futuro, não só desta geração como das próximas duas! A actual geração de jovens e adultos "novos", a força motriz, o corpo necessário para se dar um murro na mesa e fazer uma revolução com "r" ou "R", não a há, é ignorante e comodista. Por muito menos na década de 70 e 80 já teria havido revolta, mas esta geração só perceberá quando o estado falir e deixar de haver segurança social, pensões, SNS, etc. O grande mal ainda virá. Cumprimentos

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